Coisas acontecem e o pior momento para elas surgirem é nos momentos que você mais quer que as coisas não aconteçam. Meu chuveiro está num estado de niilismo e eu só posso acreditar nisso se colocar em palavras tudo que se passa nessa relação a qual estou tendo com meu chuveiro.
Estou lendo um livro sobre o mundo, para ser mais específico: cosmovisões e filosofias da nossa história como humanidade. E cheguei numa parte niilista e antes que você se preocupe eu não vou citar Rick and Morty e muito menos tentar explicar essa visão que pós naturalistas têm.
Conforme fui lendo o capítulo fui tomando conhecimento e percebendo nas análises mentais que fazia, comparando com o acontecimento de um dos meus objetos favoritos. Sim, eu amo chuveiros e porque é debaixo de um que minha mente funciona melhor. É um tema que vem de vez em quando: Epifania do Banho e Chuveiro Desligado.
E aqui trago mais uma pensata.
Por enquanto, minha resposta final para os questionamentos que venho levantando desde a quinta-feira pré carnaval é que meu chuveiro entrou em completo estado de niilismo. Ele decidiu que em sua totalidade de conhecimento e sua natureza última de refrescar meu corpo, ao derramar litros de água sob meus pensamentos, não há uma força maior na vida de todo pensamento finito de um objeto inanimado consegue assimilar.
A fonte de vida do meu chuveiro não significa mais nada para as suas principais funções. Ele chegou no ápice de compreensão vindo de uma rotina de ficar parado lá, contemplando os azulejos e vendo seu próprio reflexo no vidro do box. Suas ciências não conseguem mais dar sentido para o seu propósito, a moralidade não serve de nada e muito menos a razão de ser.
Não digo que há uma negação total de si, ele durante todo o tempo que fez parte conjunta comigo, exercendo sua natureza conseguiu alcançar as maravilhas do mundo. Ser um chuveiro niilista não é ser triste mas, acredito que é entrar num estado de pensamento que os universos ao seu redor não fazem mais sentido para a própria existência de um objeto inanimado.
Essa semana fará um mês que observei pela primeira vez esta filosofia rondando a mente do meu chuveiro. Ele simplesmente nega as energias vinda do sistema elétrico. As forças ordinárias, como eletricidade, não conseguem mais dar razão religiosa para o chuveiro. Deus não existe mais.
E para mim, me resta apenas banho gelado e falta de vergonha na cara para trocar a resistência do chuveiro. E quem sabe assim, as forças o tragam de volta e ele pare de negar sua própria natureza criada.
Obs.: Impressionante como a invenção de Santos Dumont é uma arma letal sob as cabeças de milhares de brasileiros, me pergunto como é possível misturar eletricidade com água e sobreviver durante tanto tempo assim. Isso não deveria ser normal.
P.s.: Na data de hoje, algum dia em abril, o meu chuveiro percebeu o quanto seu interior estava tomado pela filosofia moderna do século 19 e decidiu ser pós moderno, virou um chuveiro niilista por ironia. Agora ele consegue despejar águas mornas e quentinhas.
Eu li os chuveiros todos e foi uma tremenda chuva de ideias, haha. De fato o momento do chuveiro é um arcabouço de criatividade e de orações que faço a Deus.
Mas uma coisa que eu ia comentar lá no texto do "Chuveiro desligado" é que eu fui bem literal no título, só depois entendi que se tratava da temperatura da água, kkk!
A minha conclusão, após todas as leituras, é que eu devia levar mais a sério as ideias que passam pela minha cabeça durante uma boa chuveirada.
O meu chuveiro tá desligado há um tempão pq ele resolveu dar choquinhos na torneira. Esse é um problema que tô empurrando com a barriga até sei lá quando! Eu sei até quando, até quando a minha mãe reclamar!